sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um pouco de esperança

Apesar de tudo, de estares bem longe da minha estrada e do longo e escuro caminho que percorro sei que os nossos olhares ainda se cruzam, sei ainda que por maior que seja a dita distância entre nós, nunca vamos estar longe. Sou imperfeita demais eu sei, mas tu podes aperfeiçoar-me, tal como te digo muitas e muitas vezes, “os meus defeitos são a tua perfeição”.
Basta quereres e posso fazer-te voar, fazer com que descubras os teus sonhos e que possas realizá-los de uma forma mais doce, mais suave, posso ajudar-te de maneira a seres ainda mais feliz. De pés descalços vou até ti, sem pronunciar uma única palavra e sentindo nos meus pés as pedras que antes me feriam mas que neste momento apenas provocam uma dor doce e aconchegante. Sabes porque? Porque o que sinto é muito mais forte do que a vontade de ferir. Agora que a força de seguir em frente é cada vez maior quero-te até ao fim da minha respiração, até que eu feche os meus olhos e me entregue à morte. Não tens que me prometer a lua, bastava que te sentasses comigo um momento debaixo dela. Iríamos olhar para as estrelas e pensar o quão bonito era o nosso amor.
Ah mas ainda não te contei, um dia destes sentei-me no campo a pensar como seria se estivesses ali a meu lado a olhar para todo aquele lindo céu estrelado. Uma das estrelas que me sorriu disse que te conhecia. E que mais tarde iria tentar abrir o caminho até ti. Disse-me também que iria ser daquela maneira, e não com se queria, como eu idealizara, como eu sonhara, como eu sempre tinha querido. Depois ainda, quando me levantava para ir embora, apareceu num ápice uma sombra que me obrigou a ficar mais um pouco. Esta contou-me que o teu riso fazia parte do meu, e que crueldade seria fechar-lhe portas e não o deixar entrar.
Então aí, quem sorriu fui eu, sorri porque vi mil e uma razões para te querer ainda mais do que queria antes. Deixei-me ficar pelo campo mais um pouco, pela noite fora, as estrelas ficaram e contaram-me os teus poemas, os que me escreveste mas que nunca ninguém leu, nem mesmo eu, protagonista dos teus sonhos e dos teus pensamentos. E aí sim, elas deixaram-me saudades, cada vez mais desejo. Ofereceram-me um beijo teu, guardado à séculos, guardado para mim, o único que o esperava. Senti na pele o toque frio e nu que o vento trazia até mim. Quando me deitei no meio do campo, fechei os olhos, deixei-me voar e adormeci cheio de amor.

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